O final
do ano terminava agitado para José Serra. No começo de dezembro o renomado jornalista
Amaury Ribeiro Jr lançou “A Privataria Tucana” que revela o podre por traz das
privatizações do governo Fernando Henrique. O livro, que rapidamente esgotou-se
nas livrarias, me fez chegar a uma pretensiosa conclusão: a carreira política
do Serra estava acabada. Afinal, o Serra é o protagonista da trama, que tem como
coadjuvantes a sua filha, Verônica Serra, o tesoureiro de suas campanhas
Ricardo Sérgio de Oliveira, e outras figuras do alto tucanato que dilapidaram o
patrimônio público brasileiro. Diante da pura e crua verdade, Serra limitou-se
dizer que o livro é um “lixo”. Os grandes meios de comunicação, alinhados com o
alto tucanato, silenciaram-se, tentando criar um vácuo em torno do livro que se
esgotava nas livrarias.
O que
me espanta, e com certeza a maioria das pessoas que leram o livro, é o
interesse do Serra em disputar as eleições municipais em São Paulo. É, meu caro
leitor, parece deboche. Como um político que foi desmascarado com livro que
vende milhares de exemplares por semana, tem a petulância de se lançar como
candidato para governar a maior cidade do país? O que ele vai dizer nos
debates? Repetir o discurso de 2010 e se gabar da sua conduta “ilibada”? Os
seus comícios virarão verdadeiros shows Stand up Comedy.
Você
deve estar pensando: “esse ladrão nunca vai ganhar a eleição”, mas uma cidade
que já teve como prefeitos Jânio Quadros (1986-1989), Paulo Maluf (1993-1997),
além do Serra, gerida atualmente por Gilberto Kassab, num estado que elegeu
Tiririca e o próprio Maluf como
deputados federais, não seria surpreendente se Serra ganhasse a eleição,
pra dizer a verdade seria até previsível. Cabe a nós esperar e rezar para que
os paulistanos não façam o que costumam fazer (até em apuração do desfile de escolas
de samba).
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